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domingo, 18 de dezembro de 2011

* Nascimento do Duque de Saldanha-João Carlos Oliveira e Daun


Marechal general do exército, par do reino, conselheiro de estado efectivo, presidente do conselho de ministros, ministro da guerra e ministro plenipotenciário em Londres, mordomo-mor da Casa Real, vogal do supremo conselho de justiça militar, etc. Nasceu . em Lisboa a 17 de Novembro de 1790, e viria a falecer em Londres a 20 de Novembro de 1876.

Era 9.º filho do 1.º conde do Rio Maior, João Vicente de Saldanha Oliveira e Sousa Juzarte Figueira, e da condessa sua mulher, D. Maria Amália de Carvalho Daun, 3.ª filha dos 1.os marqueses de Pombal.

Quando a família real se retirou para o Brasil em Novembro desse ano e o general Junot entrou em Portugal à frente das suas tropas, o jovem capitão Saldanha pediu a sua demissão, que a regência do reino lhe concedeu por decreto de 25 de Janeiro de 1808. Em 5 do mês de Fevereiro seguinte alistou-se intrepidamente num grupo de conspiradores que premeditavam arrancar a pátria ao domínio estrangeiro.

Foi na 13.ª sessão dos conjurados que o capitão Saldanha se apresentou para colaborar na restauração da pátria, mas apenas se soltou o brado da independência, e um punhado de tropas portuguesas se foi juntar ao pequeno exercito inglês que desembarcara na baía de Lavos, Saldanha correu logo a juntar-se aos soldados que se agrupavam em torno do general Bernardim Freire de Andrade, e reintegrado no seu posto por decreto de 13 de Setembro de 1808, voltou a comandar a 8.ª companhia do regimento de infantaria n.º 1


sábado, 17 de dezembro de 2011

Acontecimentos no ano de 1789

  • Secularização das três Ordens Militares
O processo de laicização das ordens havia começado no século XV com a relaxação dos votos típicos das ordens religiosas, a que os cavaleiros estavam sujeitos – pobreza ecastidade (com excepção da Ordem de Santiago cuja Regra já permitia o casamento dos freires) e culminou com as medidas da Reforma de D. Maria I, em 1789. Esta consagrou a evolução das antigas ordens militares para um estatuto híbrido entre as ordens de cavalaria laicas e as ordens de mérito criadas na senda da Ordem de S. Luís, até à Revolução Francesa.

O papa confere a 19 de Junho o grão-mestrado e perpétua administração das três Ordens Militares aos reis de Portugal.


sábado, 19 de novembro de 2011

Acontecimentos no ano de 1788

  • Execução dos implicados na Revolta dos Pintos
Em 1787 ocorreu em Goa uma rebelião que ficou conhecida como «Sublevação dos Pintos», por causa do envolvimento de alguns membros de uma importante família local, os Pintos. Porém, houve uma denúncia ao governador da Índia - Francisco da Cunha e Meneses. Este de imediato ordenou que se prendessem os suspeitos e que se averiguasse o caso. Lavrada a Setença da Relação de Goa, os réus foram considerados culpados. A 13 de Dezembro de 1788 foram enforcados os quinze réus envolvidos na conjuração de 1787 em Goa.

  • Criação da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda
Criada a Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda a 15 de Dezembro, porém apenas será organizada em 6 de Janeiro de 1801.

  • Luis Sousa Coutinho nos negócio do Reino

Luís Pinto de Sousa Coutinho, regressado de Londres, substitui, na pasta dos negócios do reino, o Visconde de Vila Nova de Cerveira, nomeado presidente do Real Erário,mas que como ministro era, por assim dizer, uma perfeita nulidade.

Durante o seu ministério não se ocupou senão de coisas frívolas, ou de prodigalidades condenáveis. Tratou de fixar as cores das fitas das condecorações das ordens de Cristo.

No entanto passou a assumir inteiramente a pasta dos estrangeiros e da guerra, substituindo o marquês de Angeja que deixara aquele ministério por ser nomeado presidente do real erário.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Acontecimentos no ano de 1787

  • Tratado de Amizade, Navegação e Comércio entre D. Maria I e Catarina II da Rússia

Refere-se ao Tratado de Amizade, Navegação e Comércio firmado entre Portugal e Rússia em 1787 e renovado em 1799 por meio dos ministros plenipotenciários Francisco José Horta Machado (Portugal) e Alexandre Príncipe de Bezborodko (Rússia).

Pela carta de 1787 foram definidas vantagens comerciais para ambos os reinos, a saber: vinhos portugueses transportados em navios russos ou portugueses só pagariam quatro rublos de direito de entrada nas alfândegas russas, assim como o sal pagaria metade dos direitos, caso não excedesse os valores e quantidades estipulados para transporte, por tratar-se de um género estancado; tábuas, madeira para construção de navios, cânhamo, linhaça, óleo de cânhamo e linho, barras e arcos de ferro, âncoras e peças de artilharia, balas e bombas pagariam metade dos direitos nas alfândegas portuguesas, assim como algumas fazendas russas.

Além destas vantagens também foram estipuladas facilidades para o conserto de navios nos portos de ambos os países e garantia de respeito ao culto religioso.

  • Substituição da Real Mesa Censória pela Mesa da Comissão Geral sobre o Exame e Censura dos Livros

Com a Carta de Lei de 21 de Junho de 1787, Dona Maria I substitui a Real Mesa Censória pela Mesa da Comissão Geral sobre o Exame e Censura dos Livros, tendo a rainha pedido ao Papa Pio VI que dotasse este organismo da jurisdição necessária para a censura de obras em todo o Império Português.

domingo, 25 de setembro de 2011

Acontecimentos no ano de 1786

  • Proibição de importação de meias de seda
Na sequência dum seu decreto de 1784 em que isentara de direitos a Real Fábrica de Sedas, que viria a tornar-se num dos maiores complexos industriais de Lisboa, ocupando mais de 3500 operários em Fevereiro de 1786 por decreto de 14 de Fevereiro foi proibida a importação de meias de seda, atendendo a que o prosuto nacional saído daquela fábrica podia equiparar-se em qualidade às melhores da Europa

  • Chegada a Lisboa do marquês de Bombelles embaixador francês
A 26 de Outubro de 1786 desembarca o referido marquês de seu nome Marc Marie e restante família.Que sabe-se hoje trazia como missão afastar Portugal do seu aliado Inglaterra, fazendo-o participar no Pacto de família que englobava todos os reinos liderados por famílias Bourbons.

A família foi habitar o casarão que tem frente para o Conde Barão esquina cm a rua dos Mastros, onde aliás ficava a Embaixada Francesa

O papel de Bombelles, tem alguma importância histórica, pela indicação de dados que transmite para o estudo da época, se bem que seja necessário dar enorme desconto pela sua parcialidade de análise

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Domingos Rosa torna-se pintor da Casa da Raínha

Os retratos que representam a Raínha, pintados ou em gravura, e que se encontram em Runa e no Museu dos Coches, mostram uma mulher de grande formosura.

Teve uma educação à altura da sua condição social, que encontrou terreno fértil em dotes assinaláveis de inteligência e sensibilidade artística. Conhecem-se os seus mestres, contratados pelo rei D. José, ele próprio um apaixonado das Belas-Artes: David Perez, célebre maestro de Nápoles, deu-lhe lições de música.

Em Runa encontra-se ainda um órgão móvel do séc. XVIII, muitas vezes tocado pela Princesa. Mas não foi só na música: declamava e comentava poesia em diversas línguas, das quais o inglês, o espanhol, o francês e o italiano, que falava correctamente.

Na pintura e no desenho deixou uma obra artística que, sendo académica, se reconhece como representativa do gosto da época, pois teve mestres de nomeada: o pintor Domingos Rosa, que se tornara pintor da casa da Rainha , já por ela nomeado.

A peça de arte mais conhecida da Princesa é a famosa custódia, executada a partir de um desenho seu e que se pode admirar no museu de Runa.

Criação da Escola de Fiação de Trás-os-Montes em Chacim


(Real filatório de Chacim)

Foi no século XVIII, no reinado de D.José I, que o marquês de Pombal desenvolveu e protegeu as indústrias portuguesas provocando um surto manufactureiro da seda em Trás-os-Montes.

"As suas manufacturas tem muita extracção para todo o reino e foram mesmo para a America, para o que concorre muito a liberdade de extracção, sem pagar direitos, concedida ás manufacturas do reino por D. José I, pelos decretos de 2 de abril de 1757 e 24 de outubro do mesmo anno. Sustenta o dito negociante João Antonio Lopes Fernandes cento e oito teares, sendo o maior numero de tafetás em que consome todos os annos oito mil arrateis de seda, a qual é de Italia quasi toda por ser a da provincia muito mal fiada. A provincia de Traz-os-Montes é tão abundante de seda que colhe regularmente vinte mil arrateis della fina e outro tanto de seda macha e redonda." (Abade de Baçal, tomo II, p.455) (1 arrátel, também chamado de libra, era igual a: 0,459 kg)

Além de Bragança desenvolveram-se outros centros produtores de seda. Foi aqui, durante o século XVIII que se iriam definir os principais pólos de produção. A vinda de famílias estrangeiras para a nossa região foi decisiva no desenvolvimento desta indústria:

"A família italiana dos Arnauds, perita na indústria das sedas, vinda para Portugal em 1786-1788, acaba por se instalar em Trás-os-Montes, na localidade de Chacim, onde, sob a sua orientação, é construída uma Fábrica de Fiação e Tecelagem das Sedas, que se encontra concluída em 1790. A partir de então, os Arnauds promovem a criação de escolas de fiação pelo método piemontês nalgumas localidades de Trás-os-Montes e passam a fornecer seda torcida pelo referido método, de qualidade, às fábricas de Bragança. E esta cidade, por seu lado, irá atravessar uma das épocas de maior prosperidade da sua história. (...) Em 1790-1791, Freixo de Espada à Cinta, em obediência a uma longa tradição vinda seguramente do século XVI, se não mais cedo, continua a fabricar os panos de peneiras, tafetás, fumos e gravatas, trabalho este executado por mulheres, 38, que, em igual número de teares, pertencentes a 4 empresários, registam uma produção global de 975 peças de panos de peneiras, 38 gravatas e 6 280 côvados de tafetás e fumos" (Fernando de Sousa, A Indústria das Sedas em Trás-os-Montes (1790-1820), p. 66)(1 côvado era igual a 52,4cm)

Em finais do século XVIII o crescimento da produção de seda em Trás-os-Montes era significativa, atingindo o seu apogeu na última década do fim deste século:

Texto retirado com os meus agradecimentod do site de Pereiros de Carrazeda de Ansiães

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Flinto Elísio fugindo da Inquisição vai para Paris

Filinto Elísio era o pseudónimo literário do poeta árcade Francisco Manuel do Nascimento, nasceu em Lisboa, a 25 de Dezembro de 1734, de origens humildes. Os pais, o pescador Manuel Simões e a peixeira Maria Manuel, eram naturais de Ílhavo, mas imigraram para a capital no na sequência da decadência da faina pesqueira porque passou a região de Aveiro após o fecho do canal do que liga o rio Vouga ao mar, provocando o encerramento do porto.

Foi ordenado padre, em 1754. Frequentador do Convento de Chelas, ali ensinou latim à futura marquesa de Alorna a quem pôs o nome de Alcipe, recebendo dela o de Filinto Elísio e a influencia pelo arcadismo, e pelo iluminismo.

As suas ideias liberais levaram a que fosse denunciado à Inquisição, em 22 de Junho de 1778, pelo padre José Manuel de Leiva, que o acusou de "afirmações e leituras heréticas proibidas".

Disfarçado de vendedor, consegui fugir de Portugal e exilar-se em Paris, onde chegou a 15 de Agosto desse ano. Na capital francesa conheceu, entre outros, o poeta Alphonse de Lamartine

A vida em Paris foi difícil, e teve que traduzir obras francesas para subsistir.

As suas poesias foram publicadas, ainda em sua vida, em Paris, entre 1817 e 1819. Só depois da sua morte, as suas obras seriam publicadas em Lisboa, entre 1836 e 1840.

Poeta árcade pelo formalismo é já pré-romântico pelo conteúdo das suas composições,de quem Garrett diria mais tarde "nenhum poeta, desde Camões, havia feito tantos serviços à língua portuguesa

Em 1843 os seus restos mortais foram transladados para Lisboa, onde se encontra sepultado, no cemitério do Alto de São João.

Sua influência é vasta e se deu de forma mais directa no Pré-Romantismo, sobre autores como Almeida Garrett.

Tal influência aparece sob a denominação de "filintismo". Foi um autor único em sua visão dos clássicos, pois dava relevo ao maravilhoso e até mesmo ao fantástico, pressentindo tendências modernas em meio ao racionalismo de seu tempo. Filinto tinha simpatia pelas ideias de Rousseau, pelos ideais da Revolução Francesa e por Franklin e George Washington.

A queda da Bastilha o trouxe um sentimento positivo e seu sentimento por sua nação, ao contrário, parecia frequentemente negativo, com resquícios de rancor contra a Inquisição que o exilou.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A prisão e condenação de José Anastácio da Cunha



Em 1773, tinha sido nomeado pelo Marquês de Pombal como Lente de Geometria na Universidade de Coimbra, cargo que exerceu durante um período de 5 anos.

Nessa altura, o ensino de geometria era feito através da tradução dos "Elementos de trigonometria e álgebra" de José Monteiro Rocha, tradução que José Anastácio da Cunha achava demasiado longa e complicada.

Decidiu então utilizar uma outra, elaborada por si, e que tinha a particularidade de ter apenas uma única folha.
Apesar disso, não ficou muito satisfeito e apresentou na congregação da Faculdade de Matemática a 20 de Abril de 1776, um Compendio de Ellementos praticos de geometria, um método mais leve e fácil de maneira a ensinar facilmente.

Este método ficou à espera de ser analisado por outros professores da faculdade embora nunca tivesse havido qualquer comentário. Tratava-se já da obra Principios Mathematicos, a sua única obra publicada,

A análise deste livro mostra que o autor, em apenas trezentas páginas, refere das primeiras noções de Aritmética e de Geometria, e da Teoria das Equações, à Análise Algébrica, à Trigonometria plana e esférica, à Geometria analítica e ao Cálculo diferencial e integral


Em 1777, acabou a sua carreira universitária e, em 1778, foi denunciado à inquisição.

Foi detido a 26 de Junho pela inquisição de Coimbra, e no dia 1 de Julho entrou no cárcere. A 9 de Setembro foi lida a acusação, e a 15 de Setembro estavam concluídos os autos.

Nesse mesmo dia foram analisados pela Mesa do Santo Ofício de Coimbra os autos, culpas e confissões do acusado.

A 6 de Outubro, a Mesa do Conselho Geral do Santo Ofício confirmou as penas estabelecidas por Coimbra e determinou-as.


Também nesse dia leu-se a sentença no auto da fé.
Anastácio da Cunha foi acusado de se ter relacionado com camaradas militares protestantes ingleses, de ter lido Voltaire, Rousseau, Hobbes e de ter emprestado a uma sua discípula livros que estavam impregnados de filosofismo.

Anastácio da Cunha foi também acusado de comer carne em dias proibidos, de manter em sua casa uma amanceba, de assistir com pouca reverência na igreja e de dispensar os preceitos da mesma.


Foi condenado a concluir reclusão por três anos na Casa das Necessidades da Congregação do Oratório de Lisboa, seguindo de quatro anos de degredo para Évora e ficou ainda interdito de entrar em Coimbra e em Valença.