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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Acontecimento no ano de 1781

  • Janeiro,15- Morte de D. Mariana Vitória, mãe de D.Maria I
Mulher de D.José I com que casou no dia 19 de Janeiro de 1729 apenas com 11 anos. Filha de Filipe V de Espanha, do segundo casamento do rei de Espanha com Isabel Farnésio.
A Igreja de São Francisco de Paula em Lisboa, guarda o túmulo dela, esculpido por Machado de Castro e classificado como Monumento Nacional.
  • Maio,23-A memória dos Távoras e demais familiares é absolvida, mas não a do 1.º duque de Aveiro, que foi dado como participante, sendo o título considerado extinto.
A resolução referente à reabertura do processo de condenação da família Távora, julgados e condenados à morte, pela autoria do atentado ao rei D.José, foi de ilibação, sendo libertados e proclamados inocentes, alguns membros dessa família, pelo tribunal especial criado para ao efeito, apenas considerando réu de lesa-majestade o duque de Aveiro e seus familiares. Ficou pois decidido que os únicos culpados daquele atentado, haviam sido o duque de Aveiro e três dos seus criados, declarando os Távoras inocentes, a quem por isso levantaram a nota de infâmia que lhes fora imposta, reabilitando a sua memória.


  • Agosto,23-Criação da Aula Régia do Desenho de Figura e Arquitectura Civil.
por iniciativa da Real Mesa Censória.

Também aqui o ensino tinha contudo um carácter muito elementar, bastando para ser-se admitido saber ler e escrever e conhecer simples operações de calculo . O curso possuía apenas dois professores: um de desenho de história , ou de figuras e outro de desenho de arquitectura civil. Quanto ao seu conteúdo, José Augusto França descreve-o assim:

"No curso de desenho copiavam-se estampas e, mais tarde, relevos; na arquitectura aprendiam -se elementos de aritmética e de geometria, as "cinco ordens" vitruvianas, planeamento e noções de solidez, de construção e ornamentação."

Ao longo de quarenta anos de actividade, frequentaram esta aula cerca de 550 alunos, o que atesta a sua importância no tempo, malgrado a fraca qualidade do ensino que lhe è apontada. Em parte devido ao seu desfasamento das novas correntes estéticas, e à qualidade dos seus mestres que ministram um ensino que só raramente sai da imitação servil dos modelos clássicos.
  • Agosto,26-Último auto-de-fé em Coimbra.
Extraído da correspondência de Domenico Vandelli , um naturalista italiano, muito importante para o desenvolvimento da história natural e da química em Portugal nos finais do século XVIII e princípios do século XIX.enviada para o visconde Barbacena, secretário da Academia Real das Ciências, pode ler-se o seguinte sobre aqueles autos de fé

Sobre Manuel Joaquim Henriques de Paiva, sobrinho de Ribeiro Sanches, e aluno de Vandelli: "Entre os estudantes com quem convivia em Coimbra figuravam aqueles - entre eles o poeta brasileiro António Pereira de Sousa Caldas e o futuro higienista e também poeta Francisco de MeIo Franco, igualmente brasileiro que, acusados de Hereges, Naturalistas, Deístas, Blasfemos, Apóstatas, Tolerantes, Dogmáticos, de não seguirem o preceito de abstinência da Quaresma, reunindo-se, alta noite, em casa uns dos outros, e às vezes no Laboratório de Química, de que Manuel Joaquim habitava uma dependência, para comerem presuntos roubados, de lerem pelo Autor Rousseau e outros Hereges, etc., foram, de sambenito, ao Auto de Fé que na Sala do Santo Ofício em Coimbra, se celebrou a 26 de Agosto de 1781" (Almeida, 1925).

  • Setembro,16-Último auto-de-fé em Évora.