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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Acontecimentos no ano de 1785

  • Assinatura do contrato de duplo casamento ibérico

Uma das grandes preocupações da corte portuguesa, era a inexistência de sucessão ao trono assegurada por descendência do príncipe herdeiro D.José, por não nascerem filhos do seu casamento, que levantava sempre a hipótese duma nova união ibérica, personalizada pela sua irmã Mariana Vitória Josefa, casada com o infante de Espanha D.Gabriel de Bourbon.

Para assegurar desvios na linha sucessória D.José tinha casado com sua tia D. Maria Francisca Benedita, mas do casamento nenhuma descendência tinha até então surgido.

Da parte espanhola, muitas eram as razões que aconselhavam a continuidade dos casamentos entre as duas coroas peninsulares, a neutralidade portuguesa e consequente aliança com a Inglaterra, facilitava a vida à marinha espanhola, mas a possibilidade duma "retoma pacífica" pela via do casamento, era de há muito a linha política de Espanha face a Portugal a mesma que Carlos III dava continuidade. segundo o projecto de conde de Floridablanca na altura ministro dos Assuntos Exteriores.

O plano do duplo casamento pelo qual se conseguiria uma aliança duradoura entre Espanha e Portugal foi assinado sendo que a Espanha daria ao príncipe D. João a princesinha Carlota Joaquina e Portugal daria ao Príncipe Dom Gabriel, acima referido, filho do Rei Carlos III, Dona Mariana Vitória irmã de D.José e de D.João.

Refira-se que D.Carlos Joaquina era a neta mais velha viva de Carlos III, filha do herdeiro e futuro rei Carlos IV a partir de 1788.

Esse tratado foi assinado em 10 de Março de 1785, em Madrid pelo embaixador português o Marquês do Louriçal, devidamente assinalado com grande pompa e festejos.

O mesmo se não passava em Lisboa, pelo menos por grande parte da corte.

  • Janeiro,5-É proibido o estabelecimento de manufacturas no Brasil.

Este alvará proíbe as manufaturas de tecidos finos no Brasil é dos argumentos da historiografia brasileira para ilustrar o caráter colonial de Portugal no Brasil, pois aquele documento representou o caráter repressor da política metropolitana, que travou o que já se considerava uma interessante produção local.

Para Portugal essa proibição visava estimular a produção na metrópole e minimizar a concorrência inglesa, e o Brasil representava um importante mercado para as manufacturas nascentes de Portugal, que não sobreviveriam a mais uma concorrência e à falta de consumidores.

Na realidade Portugal acabou por emitir dois alvarás nessa data de 5 de janeiro de 1785 um proibindo as manufacturas como já disse, outro reprimindo o contrabando no Brasil, que também significava esse comércio ilícito, forte receita para ingleses e brasileiros, mas em que perdia a Coroa portuguesa e suas manufaturas, especialmente os tecidos de algodão.