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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A morte de D.José I e o afastamento de Pombal

A doença de D.José foi penosa, mas os seus últimos dias, foram destinados a cuidar da sua alma e à sua sucessão, deixando à princesa do Brasil, sua herdeira um texto com recomendações, que constituem uma espécie de testamento.

O rei D.José I morreu em 24 de Fevereiro de 1777.Nesse curto testamento, cuja veracidade foi então muito discutida. Além de recomendações piedosas à herdeira do trono e de lembranças de obrigações a cumprir (concluir as obras da Igreja da Memória, pagar as dívidas aos servidores), fazia dois pedidos de grande importância política : o de que protegesse os seus servidores e o de que perdoasse aos prisioneiros de Estado, que fossem mercedores da sua clemência.

Segundo testemunhos de isentos, refiro estrangeiros que por cá estavam na altura, os habitantes de Lisboa, abraçavam-se nas ruas, não tanto pela morte do rei, mas para celebrar o que pensavam que finalmente iriam viver em paz e liberdade, referência óbvia á perda de influência do Marquês de Pombal, que se adivinhava, já que logo nos primeiros dias de Março, Pombal deixou o paço real, retirando-se para os seus domínios em Pombal.

Pombal tinha pediu a demissão de todos os cargos que possuía, desgostado com o facto de uma das primeiras medidas da Raínha, ter sido a libertação de todos os presos, que haviam sido condenados por sua ordem, em clara reprovação com os actos de governo, declarando igualmente a inocência dos Távoras e alguns supostos cúmplices do atentado contra o rei.

O despacho da Rainha, na sequência desse pedido de demissão, para além da aceitação do mesmo, acrescentava que deveria conservar os ordenados que tinha pelo cargos anteriores concedendo-lhe a graça especial da comenda de S.Tiago do Lanhoso, no arcebispado de Braga, que vagou pelo falecimento de Francisco de Melo e Castro.

Muito embora tenha D.Maria ordenado que fosse aberto um inquérito ás actividades do Marquês, para que fossem avaliadas com justiça.Diga-se que como "princípio de vida" o seu primeiro despacho acima referido, deixava antever que o período que ficaria conhecido popularmente como “Viradeira”, na realidade iria estar bem longe de ser tão radical como os chefes da nobreza desejavam.

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